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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Problemas de linguagem, autismo e "sentido de si"


Um novo estudo investigou o que acontece no cérebro de pessoas com autismo que dizem "você/tu" numa frase, quando deveriam dizer "eu"
A mudança de pronomes é uma incapacidade vista por vezes em crianças normais à medida que crescem, mas isso acontece com frequência em crianças com autismo. Os adultos com autismo não costumam cometer este erro, mas o estudo, publicado na revista Brain, descobriu que levam mais tempo para determinar qual o pronome a usar.
Por exemplo, se pergunta a uma criança com autismo: "Você quer um copo de leite?" muitas vezes a resposta vai ser: "Você quer um copo de leite" em vez de "Eu quero um copo de leite."
"Uma das mais enigmáticas, e estranhas coisas que as crianças com autismo fazem é usar o pronome errado", disse o pesquisador Marcel Just, diretor do Center for Cognitive Brain Imaging na Carnegie Mellon University. "É uma coisa incomum, e é um pouco difícil de explicar."
Investigadores das Universidades de Pittsburgh, Carnegie Mellon e Duquesne procuraram determinar o que acontece no cérebro quando os adultos com autismo têm de mudar os pronomes, que é um processo lingüístico denominado adjectivo deíctico.
No estudo, aos adultos com autismo de alto funcionamento foi mostrado um livro com uma imagem de uma cenoura numa página e uma casa do outro. A mulher segurou o livro com a imagem da casa de frente para ela e a imagem da cenoura de frente para o participante e perguntou: "O que posso eu ver agora?"
Uma vez entendida a frase, os participantes tinham de pressionar um botão que indicava a resposta correta, neste caso, "Você pode ver a casa."
Foi-lhes então perguntado: "O que você pode ver?" Os participantes, então tiveram que pressionar um botão que indicava a resposta correta: "Eu posso ver a cenoura".
Os participantes com autismo levaram significativamente mais tempo para determinar a resposta correta do que os participantes sem autismo, e os pesquisadores foram capazes de ver, via ressonância magnética funcional, que havia conexões mais pobres entre duas áreas-chave na parte da frente e traseira do cérebro dos participantes autistas.
Uma área na parte de trás do cérebro chamada lóbulo quadrado ajuda-nos a entender a posição e as ações de outra pessoa em comparação com nós mesmos, segundo o estudo. Uma área na parte frontal do cérebro conhecida como a ínsula anterior é importante para a ligação de sensações como a frequência cardíaca ou a dor com os nossos sentimentos e, assim, contribui para o sentido de quem somos.
Just disse que ter um "sentido de si mesmo" exige tanto dessas áreas para trabalhar em conjunto. Mas em pessoas com autismo, as áreas não se comunicam adequadamente, e assim eles muitas vezes têm dificuldade em compreender as emoções e as perspectivas de outras pessoas.
"Muitos tipos de pensamentos exigem essa coordenação frontal-posterior," disse Just. Comportamentos que não exigem essa conexão, como o raciocínio espacial, tendem a não ser um problema em pessoas com autismo, disse ele.
Quando as pessoas com autismo no estudo foram convidados a fazer o exercício do livro e simplesmente responder: "Quem pode ver a cenoura agora?" ou "Quem pode ver a casa agora?" eles não levaram muito mais tempo para responder que os participantes sem autismo.
A diferença resulta do facto de que não estavam a ser solicitados a mudar a sua perspectiva de um pronome "outro" para si, como quando lhes foi perguntado, "O que você está olhando agora?".
Isto mostra qua a mudança do pronome em pessoas com autismo não é uma questão de linguagem - É a sua compreensão de como eles se ligam ao mundo, disse Akiko Mizuno, pesquisador e estudante de graduação na CMU.
"A questão da língua é incorporada na sua dificuldade em compreender a sua relação com o eu e o outro", disse ela.
Essa descoberta encaixa-se com uma série de pesquisas anteriores sobre as pessoas com autismo, nomeadamente na de Baron-Cohen e sua equipa na chamada história de "Sally-Ann".
Assim como no experimento de Baron-Cohen, o teste do pronome mostrou que pessoas com autismo lutam para diferenciar entre as suas próprias perspectivas e as de outras pessoas.
"É o conceito subjacente de eu que é perturbado," disse Just.
O que posso eu ver?
O que pode você ver agora?

Fonte: AQUI

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Universidade do Porto - LifeisGame


Com o indicador encostado ao ecrã empurra-se uma linha e desenha-se a expressão de um sorriso. Empurra-se uma outra linha que finge ser a sobrancelha e levantamos o olho para revelar outra emoção. Enquanto empurramos linhas, vemos uma cara a reagir. Um homem de barba mal feita e careca que, apesar dos animais e bonecos simpáticos que se possam oferecer, parece ser o favorito dos meninos. Estamos no LifeisGame, um jogo de computador feito a pensar em crianças que têm uma perturbação do espectro autista e que precisam de aprender a identificar a expressão de emoções num rosto humano.

Chamar-lhe apenas jogo de computador ao LifeisGame é pouco se tivermos em conta o seu potencial mas vamo-nos concentrar no que os investigadores da Universidade do Porto têm neste momento para mostrar. A ferramenta de trabalho - uma inédita base tecnológica que será aplicada em diversos suportes (desde o computador pessoal a um iPhone ou iPad, passando por 3D, realidade virtual e mesa digital) e terá vários níveis de dificuldade - está a ser desenvolvida por uma equipa que engloba o departamento de Ciências de Computadores da Faculdade de Ciências, especialistas da faculdade de Psicologia e terapeutas da Associação Criar, num projecto que está inserido na colaboração da UP com a Universidade de Austin, no Texas. Há também parceiros, como o Instituto Tecnológico e a Microsoft, que ajudam a optimizar o plano de trabalho financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. E, claro, os meninos também fazem parte da equipa.

No total são mais de 30 investigadores, alguns alunos de doutoramento ou mestrado. O objectivo central é ajudar a construir uma ferramenta inédita para a terapia de crianças autistas. Eles que podem ter mais ou menos (dependendo do défice emocional da criança) dificuldades em reconhecer as emoções no rosto humano são, para já, o centro de tudo. A investigação começou há cerca de um ano e Verónica Orvalho, a investigadora principal, que é docente no departamento de Ciências de Computador, confirma que os níveis mais básicos já estão preparados e a ser testados por crianças com perturbações do espectro autista (ver texto ao lado). Mas, a investigadora não quer deixar escapar a oportunidade de fazer o apelo urgente: "Precisamos de ter mais associações e instituições que trabalhem com estas crianças e que queiram participar neste projecto, ajudando-nos a validar esta ferramenta e a encontrar as melhores opções para eles."

Agora o LifeisGame pode ser explorado no computador pessoal mas já em Setembro a líder do projecto espera ter alguns desafios deste jogo para apresentar numa versão iPad e iPhone. A ideia é ter um jogo que possa ser levado para casa para que as crianças possam "brincar" e trabalhar com os pais. Verónica Orvalho gostaria mesmo que, em Setembro, já com a versão iPhone e iPad, esta ferramenta terapêutica fosse disponibilizada gratuitamente às crianças. "Antes de começar este projecto percebi que existiam centenas de jogos e outros apoios para trabalhar com as cores, com a linguagem e com outras dificuldades que estas crianças podem ter. Mas não encontrámos nada que trabalhasse com a expressão das emoções", explica Verónica Orvalho.

No futuro, este "jogo" poderá ainda ter incorporada a "melodia da voz" para "comunicar" com a criança que o utiliza e, quem sabe, ajudar também em terapia vocacionada para dificuldades na linguagem, acrescenta Tiago Fernandes, um dos alunos de doutoramento de Ciência de Computadores. "Pode parecer muito simples dizer que vamos juntar a voz mas é muito complexo", avisa. Além da voz, há outro difícil passo para concretizar no futuro: dar um corpo ao personagem. E, depois, até um cenário.

Tudo é muito complexo no desenho desta nova plataforma tecnológica. Mas, fora do mundo informático, as decisões também não são fáceis. Veja-se o caso da escolha das imagens que vão ser usadas (no nível mais básico do jogo) para mostrar a expressão das emoções. Segundo Cristina Queirós, investigadora da Faculdade de Psicologia, foi preciso recorrer a uma base de dados holandesa com centenas de fotografias e depois validar as imagens que melhor reproduzem essas emoções junto de um grupo de controlo com mais de 400 adultos e crianças que não possuem perturbações do espectro autista. A mesma estratégia é usada para optar entre uma personagem realista (rosto humano) e um animal ou um boneco.


"Uau! Que divertido."

Numa divisão de tarefas simples, a equipa de Psicologia fica responsável pela preparação do guião que depois terá de ser executado pelos investigadores de Ciências de Computador, conclui António Marques, do Instituto Politécnico do Porto. Mas a comunicação entre os dois mundos com linguagens diferentes nem sempre é imediata. Verónica Orvalho sorri quando dá o exemplo: "Pediam-me um personagem a sorrir. E eu pergunto, mas a sorrir quanto? É que nós temos te ter tudo quantificado, com números."Há um grupo de crianças, acompanhadas por terapeutas da Associação Criar, no Porto, que já experimentaram alguns dos níveis mais básicos do LifeisGame no computador, trabalhando com seis emoções básicas: alegria, tristeza, nojo, medo, raiva e surpresa. Quer seja simplesmente escolher uma imagem (fotografia) que melhor mostre a expressão dessa emoção, quer seja a desenhá-la no personagem que faz parte do jogo de computador. A escolha pode ser feita com a ponta do dedo que toca no monitor (touchscreen) ou com o rato.

O protótipo do LifeisGame ainda é limitado, mas entre as sete crianças que já experimentaram os níveis mais básicos do jogo, a reacção satisfez os investigadores. "Ficam deslumbrados quando vêem que mexem na linha e a cara reage", conta a terapeuta Maria Mena sublinhando que o facto de serem colocados perante um computador já é, por si só, um atractivo. "O funcionamento de um computador para uma criança autista é estimulante. É previsível, segue regras e os espaços são sempre os mesmos. Isso é bom para eles", nota a psicóloga Samanta Alves, também envolvida no projecto.

Normalmente, esta dificuldade no campo do reconhecimento da expressão das emoções nas crianças autistas é trabalhada pelos terapeutas com recursos a cartões com símbolos, fotografias de caras ou "smiles", entre outras ferramentas. Este suporte no computador abre uma série de novas possibilidades mais dinâmicas para a terapia. Permite, por exemplo, adaptar o nível do jogo ao nível de desenvolvimento da criança, medir de uma forma fácil o tempo que esta demora a identificar a expressão de uma emoção e ir progredindo no contexto terapêutico aumentando os níveis de dificuldade do jogo.

As experiências começaram em Abril e, por isso, é muito cedo para registar progressos. Maria Mena procura nas páginas de um processo as reacções escritas dos sete "jogadores" que já usaram o protótipo LifeisGame. "Uau! Que divertido", é um exemplo. Há quem feche os olhos e quem faça "caretas" imitando as expressões que desenha na cara do personagem. A psicóloga Mónica Oliveira e a terapeuta Ana Santos realçam um "bom sinal". É que das três opções oferecidas pelo jogo para a escolha do personagem com quem interagir, as crianças têm escolhido sempre a figura humana. "É uma vantagem e é um bom sinal. É meio caminho andado para o objectivo final que é o salto deste trabalho para as situações do dia-a-dia. Se escolherem figuras realistas é mais fácil", nota a psicóloga.

Porque era obrigatório definir um limite, estabeleceu-se que o jogo seria desenhado para crianças com idades compreendidas entre os 6 e 12 anos, mas a verdade é que não haverá limites etários.

Fonte: Público Online

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Notícia do Correio do Minho

Remodelar e ampliar sede para autistas

Braga, 2011-08-23
Autor: Patrícia Sousa

Para trabalhar na intervenção precoce e ter o tão necessário Centro de Actividades Ocupacionais (CAO) a Associação para a Inclusão e Apoio ao Autista, com sede na antiga EB1 do Assento, na freguesia de Palmeira, pretende efectuar obras para remodelação e ampliação das actuais instalações.

“Já temos o projecto de arquitectura feito e estamos agora na fase dos pareceres”, confidenciou a presidente da AIA, Ana Paula Leite, que depois do projecto aprovado terá que esperar por nova fase do Programa Operacional Potencial Humano (POPH) para concorrer. “A associação não tem possibilidades de fazer a obra, para isso tem que recorrer a fundos do Estado e, por isso, vamos aguardar pela oportunidade”, justificou Ana Paula Leite.

O CAO, acrescentou aquela responsável, “vai ajudar muitas crianças e jovens, porque, a partir do momento que acaba a escolaridade mínima obrigatória, a maior parte não tem condições de prosseguir os estudos. A partir daí, os pais têm sorte e até arranjam uma instituição que fique com os filhos ou, então, têm que ficar com eles em casa, porque a maior parte dos autistas não tem uma vida autónoma e normal”.

Depois dos pais saberem o diagnóstico, aparecem na instituição para saberem se existe CAO ou residência. “A resposta é negativa e acabámos por perder-lhes o rasto”. Por isso, “é urgente a construção do CAO, porque as famílias não têm onde deixar os filhos”, apelou a presidente da Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), que com a construção do CAO vai conseguir ajudar 30 utentes.

O núcleo pretende, ainda, proceder às adaptações e modificações no edifício-sede para a criação de uma valência de intervenção precoce para a qual está a tentar arranjar mecenas. A ideia é fazer obras de remodelação das salas existentes para adaptar às necessidades que existem”, explicou, ainda, Ana Paula Leite.

Continuar a funcionar como gabinete, oferecendo serviços nas áreas da psicologia, terapia ocupacional e terapia da fala, para os quais estão acreditados junto da Segurança Social, é outra das pretensões desta instituição.

A AIA é uma IPSS criada a 12 de Janeiro de 2010 e tem como missão principal o apoio a pessoas com perturbações do desenvolvimento e autismo (PDA), de todos os grupos etários. Secundariamente propõe-se desenvolver actividades no âmbito da saúde e formação profissional.
Trata-se, segundo os respectivos estatutos, de uma “associação de excelência que acompanha os clientes no seu projecto de vida de modo a que eles possam desenvolver ao máximo o seu potencial”.

Fonte Correio do Minho

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Angariação de Fundos

Com o apoio da Junta de Freguesia de Palmeira, vai realizar-se uma passagem de modelos com o tema "Viagem ao Futuro", no próximo dia 27 no bar esplanada "Memórias" do Centro Cívico de Palmeira, e cuja receita de entrada reverterá a favor da AIA. O acompanhamento musical será feito pela escola de música Scala.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pais +


Formato: Formação – Escola para pais (Pais Positivos)

Orador(es), Tema e Data :
Miguel Azevedo (APEE Autismo) – O contexto escolar (DL 3/2008) –10/9
Virgínia Rocha (Pedopsiquiatra) – Compreendendo as Perturbações do Espectro Autista – 17/9
Paula Carvalho (Psicóloga AIA) - Ser pai/mãe/familiar de uma pessoa com autismo – 24/9
Rosa Mesquita (Técnica Sup. Serviço Social) – A criança com PEA é um sujeito de direitos - 1/10
Marcela Wanderley e Cristina Braga (T. da Fala AIA)– Facilitar a comunicação nas PEA – Dia 8 e 22/10
Andreia Peixoto (T. Ocupacional AIA) – Trabalhar as PEA através do lúdico – Dia 29/10
Eduardo Ribeiro (AIA) – Reflectindo sobre o autista adulto – Dia 5/11

Local: Sede da AIA em Palmeira.

Horário: 10 às 12h

Sinopse:
Pretende-se com esta formação melhorar o conhecimentos e as competências dos pais na interacção com os seus filhos com diagnóstico de perturbações do espectro autista.
Os pais, para além de educadores, devem ser vistos no papel de co-terapeutas dos seus filhos. Nesse sentido, devem ser parte activa em todo o processo inerente ao desenvolvimento dos seus filhos, nomeadamente percebendo toda a importância da estimulação precoce.
Na formação procura-se fornecer o máximo de informação, ajuda e estratégias de intervenção, principalmente a nível de comunicação e ocupação.

Inscrição:
Obrigatória
Enviar e-mail p/ eventos@aia.org.pt com:
Associados e parceiros – Nome e número de Associado
Profissionais - nome, profissão, telefone, e-mail (caso não seja o da inscrição).
Telemóvel: 936859219

Preçário:
Associados e parceiros (APEE Autismo e AMA) - Gratuito
Profissionais 5€ p/ sessão ou 20€ todas as sessões.
NIB : O pagamento deve ser efectuado por transferência para o NIB 0036 0101 9910 0052 9490 8 (AIA)

APOIO

Projecto co-financiado pelo INR, IP
Sub programa “Para todos”