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sexta-feira, 11 de março de 2011

Kaspar, o robot



Eden Sawczenko retraía-se quando outras meninas seguravam na sua mão e ficava imóvel quando a abraçavam.

Este ano, Eden, de quatro anos, que sofre de autismo, começou a brincar com um robot que ensina sobre emoções e contacto físico.

"Ela está mais afectuosa com os seus amigos e, agora, até toma a iniciativa de abraçar", afirma Claire Sawczenko, mãe da menina.

Eden frequenta uma pré-escola para crianças autistas em Stevenage, a norte de Londres, onde pesquisadores levam um robot com feições humanas do tamanho de uma criança uma vez por semana para uma sessão supervisionada.

As crianças, cujos níveis de autismo variam de leve a severo, brincam com o robot por dez minutos, enquanto um cientista controla o aparelho por controle remoto.

O robot, chamado Kaspar, é programado para sorrir, franzir, rir, piscar e balançar os braços. Foi construído por cientistas da Universidade de Hertfordshire a um custo de 1.300 libras.

Kaspar ainda está em fase experimental, e os pesquisadores esperam que ele possa ser produzido em massa por um preço menor.

INTERACÇÃO

O robô faz poucos truques, como dizer: "Olá, meu nome é Kaspar. Vamos brincar". Ele ri quando encostam em suas laterais ou nos seus pés, levanta os braços e, se leva uma bofetada, põe as mãos no rosto e grita: "Ai, isso dói".

"Crianças com autismo não reagem bem às pessoas porque elas não entendem as expressões faciais", diz Ben Robis, pesquisador de ciências da computação na Universidade de Hertfordshire e especialista em autismo.

"Robots são mais seguros para elas porque há menos a interpretar, eles são bem previsíveis", afirma.

Há projetos similares no Canadá, no Japão e nos EUA, mas a pesquisa inglesa é uma das mais avançadas. Até agora, cerca de 300 crianças com autismo já brincaram com Kaspar naquele país.

Especialistas sem ligação com o projecto afirmam que a ideia é promissora.
Para Abigael San, representante da Sociedade Britânica de Psicologia, é possível que as crianças transfiram o que aprenderam com o robô para suas casas.

Mas ela alerta que especialistas e pais não podem depender tanto assim de robôs.

"Não queremos que crianças com autismo fiquem muito acostumadas aos robôs. Elas precisam aprender a se relacionar com pessoas."
Kerstin Dautenhahn, pesquisadora da Universidade de Hertfordshire e responsável pelo projecto, diz que o robô também pode ser usado para crianças com Trissomia 21 (síndrome de Down) e outros problemas.

Fonte: UNIAD

Sobre interacção com robots leia o post já publicado do Robot Popchilla

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