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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Os 10 princípios do profissional especializado em autismo


1 . Sentir-se atraído pelas diferenças. Pensamos que ser um “aventureiro mental” ajuda a sentir-se atraído pelo desconhecido. Existem pessoas que temem as diferenças, outras sentem-se atraídas e querem saber mais sobre elas.
2. Ter uma imaginação fértil. É quase impossível compreender o que significa viver num mundo literal, ter dificuldades em ir para além da informação recebida, amar sem uma intuição social inata. Para poder partilhar com a mente de uma pessoa autista, que tem um problema de imaginação, deve-se ter, em compensação, enormes doses de imaginação.
3. Capacidade de dar sem obter a usual gratidão. Tem de ser capaz de dar sem receber muito em troca, e não se sentir decepcionado pela falta de reciprocidade social. Com a experiência, a pessoa aprenderá a detecar formas alternativas de agradecimento, e a gratidão dos pais compensará a mioria das vezes
4. Estar disposto a adaptar um estilo próprio e natural de comunicar e relacionar-se. O estilo exigido é mais relacionado com as necessidades das pessoas com autismo que com o nosso nível de comunicação espontânea. Isso não é fácil de conseguir e exige muito esforço para se adaptar, mas é importante refelectir sobre que necessidades estamos a responder.
5. Tenha a coragem de “trabalhar sozinho no deserto”. Especialmente quando faz serviços específicos numa determinada área. Há tão pouca gente que compreenda o autismo, que um profissional motivado corre o risco de ser criticado em ves de aplaudido pelos seus enormes esforços. Os pais já sofreram esse tipo de crítica, por exemplo, quando eles ouvem coisas como "o que ele precisa é de disciplina," se fosse meu filho .... ", etc.
6. Nunca estar satisfeito com o nível de conhecimentos atingidos. Aprender sobre o autismo e sobre as estratégias educativas mais adequadas é um processo contínuo, já que o conhecimento em ambos os campos está sempre a evoluir. A formação em autismo não termina e o profissional que acredita que já a tem, em verdade “perde-a”.
7. Aceitar o facto de que cada pequeno passo traz consigo um novo problema. As pessoas têm tendência a abandonar as “palavras cruzadas” se não conseguem resolve-las. Isto é impossível no autismo. Quando se começa sabe-se que o trabalho de “detective” nunca acaba.
8. Dispor de capacidades pedagógicas e analíticas extraordinárias. O profissional tem avançar lentamente e usar recursos visuais de forma específica. Há que fazer avaliações tantas vezes que é preciso adaptar-se constantemente
9. Estar preparado para trabalhar em equipa. Devido à necessidade de uma aproximação coerente e coordenada, todos os profissionais devem estar informados dos esforços dos outros assim como dos níveis de ajuda existentes. Isto inclui os pais, principalmente quando a criança é pequena.
10. Humildade. Podemos tornar-nos "peritos" sobre o autismo, em geral, mas os pais são os peritos em seu próprio filho e há que ter em conta a sua experiência e conhecimento. No autismo não há necessidade de profissionais que querem permanecer no seu "pedestal". Ao trabalhar com os pais é importante falar sobre os sucessos, mas também aceitar o fracasso ("Por favor ajude-me.") Os pais também precisam saber que especialista em autismo não é um Deus do Olimpo.

De Theo Peeters

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