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domingo, 5 de dezembro de 2010
Brincar com blocos de construção criativos(lego) ajuda as crianças com autismo.
Crianças melhoram as habilidades criativas através do ensino e reforço positivo
Na tentativa de ajudar as crianças com autismo a trabalhar os blocos de construção criativos, os investigadores da Universidade de Rochester Medical Center (URMC), usaram a ajuda de uma caixa de brinquedos - Legos. Pela construção de estruturas lego de formas diferentes e originais, as crianças com perturbações do espectro do autismo (PEA) aprenderam a usar a criatividade, uma habilidade importante que tinha sido vista como desafiodora antes da investigação.
"No dia a dia temos de ser capazes de responder a novas situações", disse Deborah A. Napolitano, Investigadora principal do estudo e professora assistente de pediatria no Hospital de Crianças Golisano da URMC. "Se uma criança tem apenas um conjunto de competências de rotina, é difícil que seja bem sucedida."
Muitas crianças com PEA podem ficar frustradas e desconfortáveis quando se lhes pede para sairem de actividades repetitivas e criarem algo novo. Usando Análise Comportamental Aplicada (ABA), a ciência de descobrir como direccionar e sistematicamente mudar um comportamento específico, os investigadores do estudo foram bem sucedidos no ensino a seis crianças com Síndrome de Asperger na aprendizagem de brincarem com legos de uma forma mais criativa. Os resultados do estudo foram publicados no Journal of Applied Behavioral Analysis. As crianças, que deveriam criar a estrutura de lego com os mesmos 24 blocos uma e e outra vez no início do estudo, começaram a aventurar-se para fora das suas zonas de conforto de modo a criar novas estruturas com padrões e cores diferentes, ou com diferentes formas.
Encaixar um lego amarelo sobre um azul quando apenas blocos vermelhos tinham tocado nos blocos azuis na estrutura anterior, por exemplo, foi um grande passo para ajudar um participante do estudo com PEA a lidar com novas situações encontradas no quotidiano, tais como aprender a dizer “Olá” quando alguém que eles conhecem, mas não estavam à espera de ver, os cumprimenta.
"Nós podemos realmente ensinar às crianças sobre qualquer coisa, contanto que seja sistemática", disse Napolitano.
No final do estudo, todos os seis participantes conseguiram fazer mudanças em cada estrutura de lego que trabalharam. Os participantes do estudo tinham idades entre os 6 e 10 anos, e cinco das seis crianças apresentavam problemas comportamentais limitados e uniformas, de acordo com uma escala de avaliação do comportamento preenchida pelos pais de cada participante ou professor. As sessões um-para-um com os blocos de construção teve lugar nas escolas dos participantes em salas com o mínimo de distrações. Os nomes dos sujeitos foram alterados no estudo.
A primeira fase do estudo consistiu num conjunto de sessões que tiveram lugar durante vários meses. Um professor convidava a criança para construir algo de novo no início de cada sessão. Se a criança parecesse confusa sobre o que ele, ou ela, estava sendo convidada a fazer, o instrutor informava como construir algo diferente e, em seguida, pedia para construir algo diferente. Se a criança entendeu e conseguiu construir algo novo, experimentando com vários padrões de cores ou as estruturas lego, ele ou ela, era recompensada com um pequeno prémio, como brincar com o seu brinquedo favorito.
Na fase seguinte, o professor pediu às crianças para construirem algo novo com blocos de madeira, em vez de os blocos plástico lego que se tinham acostumado a receber, para ver se eles aplicavam as suas novas habilidades para uma situação um pouco diferente do que tinham aprendido. Em seguida, o instrutor deu novamente os legos às crianças, mas desta vez eles não receberam sessões de ensino e foram recompensados apenas com um "bom trabalho" e não um prêmio pequeno, como na primeira fase. O professor queria ver se as crianças iriam experimentar ainda com legos. Na última fase, as crianças foram novamente recompensados pela sua diversificação das estruturas de lego.
Poucos meses depois, os investigadores fiaeram um acompanhamento às crianças e constataram que todas elas ainda eram capazes de criar novas estruturas de diferentes cores e formas.
"Os resultados do estudo podem abrir caminho para novos estudos testando as intervenções que procuram melhorar a uma ampla variedade de habilidades sociais e comportamentos entre as pessoas com Síndrome de Asperger", disse Napolitano. "Com o reforço positivo e sessões de ensino, tarefas como ter conversas originais, colocar novas questões e criar forrmas novas de jogar, poderiam estar dentro do alcance de crianças com Síndrome de Asperger".
Fonte URMC
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Perturbações Espectro Autismo
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